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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
A casa
Tenho dúvidas e inúmeras,
agora que a casa está despencando
sobre a minha cabeça, passam
muitas lembranças evasivas;
É verdade;
Mas que talvez
esteja nelas a resposta..
Fiquei eu perdido na construção,
que por muitas vezes balançava,
mas por estar crente que estava a construir,
não me ocorreu à percepção,
de que ela estava ensaiando, desabar.
Não de uma maneira repentina,
como parece-me agora.
Titubeou, sacudiu, balançou!
Dispersivamente me vem à lembrança
das fundações na época que se levantou a casa,
tenho a impressão que não estivera sozinho?
Solitariamente se sonha,
mas não se constrói casas,
muito menos escava fundações.
Entretanto tenho a sensação,
de que o teto não está em seu lugar devido,
não é possível levantar uma casa sozinho,
por mais ranzinza, frio, prepotente e arrogante,
que seja o peão,
ele não levanta vigas.
Sem alicerce e vigas da onde surgiu está casa?
É possível salva-lá?
Talvez seja.
Mas não se constrói uma casa sozinho?
Não! Mil vezes não!
Lembro dessa casa em pé
era bela, acolhedora, me afagava nas crises,
transbordava dela um aroma que fortificava o amor,
profundamente belo,
não tenho dúvidas.
É verdade que não era uma casa completa (perfeita),
mas alguém já viu uma casa completa?
A perfeição é divina,
por isso a buscamos.
Entretanto a casa de tantas felicidades
ameaça à desabar,
sobre nossas cabeças,
sim eu disse nossas,
não estou sozinho.
Não é possível construir uma casa sozinho.
Disto eu tenho certeza absoluta.
Ainda mais uma casa de tantas alegrias
A casa ainda ameaça a desabar
e da mesma forma que ela não foi levantada solitariamente,
avaliar suas condições e tomar uma decisão:
- Restaurar?
- Reconstruir?
- Ou a deixar desabar?
Também não pode ser feito solitariamente!
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Eu, tu, eles, nós, neuras, nóias...
Se tem tanta
Certeza
De algo,
Que pensa ser certo
Então...
Por que foges?
Na verdade sempre
Continuará afirmando que
Não!
O casulo agora
Lugar comum.
Na privação buscaste
Convencimento.
Reprimindo e deslocando,
Hoje, amanhã e sempre.
Sintoma?
À certeza.
Dizem, do que é divino,
O homem não entende
Não é?
Mas porque
O que tem de divino
No humano,
O divino condena?
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Melancolia
Infeliz é o ser que amou uma única vez.
Feliz é o ser que se apaixona,
Pois no fim de cada paixão renasce uma nova paixão.
Infeliz é o ser que jura amor eterno,
Pois consigo carrega por toda eternidade,
O sonho de cumprir sua jura!
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Casualidade V
Paixão do moleque perdido no mundo
O que será que aconteceu?
Culpados eu, você ou Deus.
Olhe para os lados e descubra, então
Só tenho perguntas,
Não encontro respostas
Que bosta!
O mundo real é mais dolorido,
Imagina agora pra este menino
Na rua sem proteção.
Por está razão pergunto a você
O que será que se pode fazer?
Estou aguardando você me dizer,
Olhe pro céu e peça a Deus,
Entretanto se ele não resolver
Psiu acorda!
Este problema também é seu
Entendeu?
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Interrogação
Quem disse?
O estado!
É verdade.
Cidadão livre, eu?
Tenho a liberdade para morrer de fome.
O que mais?
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Casualidade IV
Do moleque perdido no mundo.
O que será que aconteceu,
Culpados?
Eu você ou Deus!
Olhe pros lados e preste atenção
Já reparou em cada esquina,
A droga esconde a tristeza
De nossas crianças, na rua...
Sem proteção!
Com o cachimbo de craque na mão,
Delirando que dias melhores virão.
Erga as mãos e reze a Deus,
Entretanto se ele não resolver
Psiu....
ACORDA!!!
Este problema também é seu,
Entendeu?
domingo, 6 de dezembro de 2009
Capital humano
Gritam os jovens!
Gritam as crianças!
Gritam as mulheres!
Gritam os índios!
Gritam os negros!
Gritam os homossexuais!
Enfim gritam todas as minorias!
(mesmo sendo maioria)
Não!
Eles não gritam,
As ONGs gritam por eles.
- Vá trabalhar!
Clamamos,
Mas espera um pouco
E a multiplicidade?
O meu filho tem garantido
Educação, saúde, moradia,
Lazer, cultura, profissionalização...
Mas o seu,
Sabe como é,
Vai trabalhar, né!
“Mente vazia oficina do diabo!”
- Estamos reunidos aqui por amor!
- Como assim?
- Por amor a pobreza?
- O que está dizendo?
- Somos muito eficientes.
- Somos?
- E por isso estamos aqui.
- Engraçado, o pobre continua pobre.
Não é?
sábado, 5 de dezembro de 2009
Casualidade III
Onde ele está?
Onde ele foi?
A rua é o lugar dele
Dona Maria sua mãe,
Dele já se esqueceu, “tem”
Três filhos nos braços, “então”
Pensa que este morreu.
Mateus era seu nome
Agora apenas pivete.
Eu canto o canto da desgraça,
Burguesia se joga as traças.
São Paulo é um mar quando chove,
Principalmente de lágrimas.
Imagine você em uma praça
12 anos descalço e o papelão
Único abrigo.
E a cola que a fome engana.
Não tem Jesus!
Não tem meu Deus!
Não sei se você entendeu, compreendeu,
Sei que é difícil.
Se toca...
A musica também é um vício.
São Paulo, garoa, miséria. Então
já escolheu na batalha seu lado
Ou não?
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Existe?
Não tem, não tem, não tem.
Não tem o que?
Emprego! Fome...
Dinheiro! Fome...
Educação! Fome...
Saúde! Fome...
O que tem?
Fome!!!
Divina comédia da vida
Se Deus existe e põe seu dedo neste mundo
Só pode ser comediante
Se divertindo com minha fome pedante!
Quando não como,
Alguém desperdiça
Tem alguém desperdiçando sempre
Divina comédia da vida
Trágica vida mortal
Culpados?
Adão e Eva!
O padre falou do pecado original
Atrás da maçã,
É que vive o marginal.
Divina comédia da vida
Cheio de nada,
Repleto de fome.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Casualidade II
do moleque perdido no mundo,
o que será que aconteceu
culpado você, eu ou Deus?
Já reparou que várias esquinas
ampara meninos, ampara meninas
muitos são negros
libertos?
Aprisionados nas ruas escuras,
na vida eles tem o papelão
e o cachimbo sagrado do craque nas mãos.
A cada tragada, mulheres esquecidas;
A cada tragada, homens perdidos,
São Paulo é contraste constante.
O pobre tem cola!
O rico (boa) escola.
O pobre cadeia!
O rico não só no natal tem ceia.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Agonia
- Pessoa?
- Quem é você?
- Ser humano?
- Quem é você?
- Substrato de pessoa?
- Quem é você?
- Sub-humano!?
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Casualidade
Moleque perdido sem rumo.)
Luar brisa noturna, paixão,
Do moleque descalço perdido,
Sem rumo esperança na vida
Esquecida marginalizada, pela sociedade.
Quem é esta sombra, sem identidade.
Correndo de pé sujo sem poder estudar
Cursando os males da vida, paranóia agitar.
Traficante, traficando do moleque, ta cuidando
Ensinando pro moleque,
O que a burguesia ta mandando.
Seu Genivaldo é puro álcool
Dona Rita só faxina
Esta noite na favela foram vários na chacina
Na esquina o moleque, seguro lá estava
Cheirando sua cola no cobertor de papelão
Na favela o irmão dele, estirado lá no chão.
sábado, 28 de novembro de 2009
Entre a Tela e um Vidro
É como olhar o verde
Entre uma tela e um vidro.
É ter quase a certeza
Ser possível alcançar
Sem saber ao certo
Quando irá chegar.
É construir a cada dia
Sabendo que não irá ver
O resultado.
É fazer parte de um projeto
E não compartilhar sonhos.
É reconhecer que se é pequeno,
Mas que se torna grande,
Quando o nós pertence à classe.
É se comparar a um gato,
Que preso em um apartamento
Busca sua liberdade,
Olhando o bater do vento,
No verde das folhas
Que lhe está distante,
Entre uma tela e um vidro.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Feito imagem e semelhança
“A consciência de Deus é a consciência que o homem tem de si mesmo, o conhecimento de Deus é o conhecimento que o homem tem de si mesmo. Pelo seu deus conheces o homem e, vice-versa, pelo homem conheces o seu Deus.”[1]
Fétido encontra-se o ambiente,
Passando um ar de felicidade.
Carimbado nos rostos cansados,
Daqueles que diariamente se apegam,
A uma idéia abstrata.
Assim ganhando forças
E perdendo os sentidos,
Encontrando-se alienados,
Externalizados e estranhados de si.
Dando a criatura, poder de criação,
O que foi gerado passa a gerar.
Perguntas,
Se faz à humanidade,
Atrás de porquês,
Emerge os mitos,
Das lacunas as divindades.
Cada povo uma cultura,
Cada cultura um divino!
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Blasfêmia! E daí?
Quanto vale seu olhar?
Quanto vale seu sorriso?
Quanto vale sua amizade?
Quanto vale sua beleza?
Quanto vale sua coragem?
Quanto vale seu sexo?
Quanto vale seu destino?
Quanto vale suas crenças?
Quanto vale sua vida?
Quanto vale seus filhos?
Quanto vale sua mediocridade?
Quanto vale sua saúde?
Quanto vale seus rins?
Quanto vale sua segurança?
Quanto vale sua paixão?
Quanto vale sua fé?
Quanto vale?
Cada coisa um valor,
Cada valor uma coisa.
Tudo se compra,
Tudo se vende,
Tudo se quer!
Mercados múltiplos
Da moda, do entretenimento,
Da carne e da fé...
Valor igual trabalho
Mais trabalho ...
Mais Valor...
Trocas versus trocas
Ops!
Mas só de equivalentes,
Regra clássica da economia,
Não parece, mas tem regras.
Anarquia e mercado
Não passeiam juntos,
Fornicam de vez e outra.
Pouquíssimos fabricam,
Alguns vendem,
E todos compram
Ou quase vai...
E Deus neste jogo,
Seja feita tua vontade!
Talvez, quem sabe?
Depois da curva
Que transpõe a matéria.
domingo, 22 de novembro de 2009
Faltam lembranças
e tiraram de mim todas as vitórias,
não sei, mas tento compreender o que acontece,
tem coisas, muitas, muitas coisas
que a gente esquece...
domingo, 15 de novembro de 2009
Procura
Ou estou ouvindo algo?
O que?
+-*+-*++-O que?
-+.+-/*/*-+.+-*/**++O que você quer?
Esta não é uma pergunta tola,
O que você procura,
Está dentro de você.
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Não basta ir para rua?
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Clamar!
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Manifestar!
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Pular!
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Gritar!
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Lutar!
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Não?
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Não basta?
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Rezar, orar, louvar...
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Deixei-o descansar, ele precisa.
Seja feita a tua vontade!*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Por causa do amor
Não na Terra.
Talvez no céu...
Porque aqui na
Terra, (reina)
A intolerância, a ignorância;
A vontade humana,
Ou melhor, a construção humana!
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Zoou” o mundo.
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Em nome da paz,
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Faremos guerra!
Brasil paraíso tropical,
Louvado seja o carnaval!
Bata no peito,
No Brasil não tem guerra!
Não! Tem certeza?
Aqui gente morre por besteira,
Por um copo de cachaça,
Por R$ 10,00 de dívida,
Por não querer ser assaltado
(reagindo)
Pelo mal policial,
Por falta de atendimento no hospital.
Por ser Galdino!
Por ser homossexual!
Por ser pobre!
Por ser índio!
Por ser nordestino!
Por ser mulher!
Por ser negro!
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.O mundo pede paz,
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Sem saber o que é o amor.
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.E a paz dentro de casa,
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Entre o pai e um filho?
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Entre os vizinhos?
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Entre os torcedores?
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.O mundo pede paz,
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Sem saber o que é justiça.
Nada se fez ou se faz pela África,
Milhões de pessoas
Morrendo ou
sub-vivendo.
No esquecimento...
*++*+*+**+**+++*+*+*+ **+*+*+.ELE já está na Terra!
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Digo mais...
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.NO MEIO DE NÓS!
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Separando o joio do trigo,
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Como profetizaram as escrituras.
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Quem é ele?
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.Você me pergunta?
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.És o Capital!!!
Que faz o ser humano deixar de ser humano!
Que faz o ser humano explorar seu igual!
Que faz o ser humano esquecer que sem justiça,
Sem “amar o próximo como a ti mesmo”,
*++*+*+**+**++*+*+*+*+**+*+*+.*++*+*+**NÃO HAVERÁ PAZ!
sábado, 14 de novembro de 2009
Militante, revolucionário. Cidadão!!!
Sentido confuso, confundem
Procuramos, lutamos.(utopia)
Da força para vivermos
No caminho muitos enfermos.
Caminhada longa
Formigas,
Trabalhos (muito) operários (poucos)
A melhoria aparece:
Norte, leste, oeste e Sul
Na volta de um para um.
Guerreiros que lutam contra
Latifúndios, corrupção, falcatruas,
Safadezas, mentiras e mazelas.
Pela libertação, da periferia
Do povo, cortiço, excluídos, favelas.
Somos poucos não, somos muitos
Um guerreiro vale por sete
Cada guerreiro tem sete dons:
Esperança, inteligência, perseverança,
Auto-estima, confiança, solidariedade e
Utopia, de acreditar que:
O bairro, a cidade, o estado, o Pais
O mundo tem solução. . .
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Recordações
Verde
.......... Suave
.....................Exala
O perfume da terra
Molhada(s),
estão as flores.
Que nasceram no jardim
De sonhos
Que vejo,
Apenas nos livros
Antigos,
Como as lembranças
Das antigas casas
Que deram lugar aos prédios.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Amizade
procuro e não as encontro.
Recorro ao recanto do silêncio,
onde repousa a angustia,
da ausência da ação.
Um abraço,
não é nada,
ao mesmo tempo que tudo é.
Não é possível cravar sua dor em meu peito
por que então sofro?
Ora tolice a minha
afeto, carinho e partilha,
são sentimentos que nos une
e simplesmente por isso,
tua chaga gera
minha chaga.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Devaneios de um poeta
Queima quando distraídos.
Assim diziam os monges,
Nas montanhas ao norte.
Mas o mundo é grande
E sem querer corruptível.
Acidentes acontecem,
Denunciam,
As queimaduras do ferreiro.
Atos que ações determinam;
Fatos que a vida permeia;
Laços que une as pessoas;
Gestos que cria canções;
Passos que buscam sentido;
Contos que tranqüilizam o espírito;
Pontos que finalizam a dança;
Corvos que geram esperança.
Romper barreiras diversas
É um grande desafio,
Sejam as que aprisionam
O corpo ou o espírito.
Pois o tempo impõe verdades
Que indicam o destino
Expressando limites
Culturais, sociais, enfim humanos
Enxergar o que é velado,
Pode ser perigoso,
Na busca incansável
De desvelar o oculto.
Para além da caverna,
Existe hostilidade
E receio com o novo,
Nem sempre é positivo,
Ser diferente.
Sentidos
de toques
sutis,
de gestos
marcantes,
levemente
discretos.
Suave beleza
intrigante
presença,
discreta
da moça,
perturba
o espírito.
Em mim
ou nelas,
encontra-se
a magia
e o sabor
do libido?
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Carta ao leitor
Prazer solitário
O cair dos pingos,
O sussurrar dos ventos,
Meu corpo se excita.
Pensamentos me vêm e vão
.............................................ligeiramente,
Fantasias percorrem as minhas idéias,
Me vem em mente varias mulheres,
O desejo aumenta.
O sangue aquece meu corpo,
Lembro de cenas eróticas,
Arrepio-me com meus pensamentos,
Minhas pernas perdem a firmeza
Sinto o pulsar de sangue no meu pênis.
Excito-me cada vez mais,
Com meus pensamentos,
Seguro meu pênis em umas das mãos,
Firmemente!
Desejo, tesão e prazer
Tomam conta de mim.
Entrego-me a um ato solitário
E ao mesmo tempo prazeroso,
Sincronizo mão e pênis,
Com um único objetivo.
Aceleradamente marco o compasso,
Deste ato solitário de prazer,
Penso em parar,
Mas é em vão,
Pois nesta altura meu corpo busca,
Somente prazer.
Sem pensar em mais nada,
Estou perdido em meus movimentos,
Quando de repente,
Algo brota dentro de mim.
Diminuo a intensidade dos movimentos,
Quando sai um jato de felicidade
E prazer!
Acalmando meu corpo,
Apagando meus pensamentos,
Fazendo-me esquecer dos problemas
E por algum tempo relaxar.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Rascunho de quem sou?
Sem ter clareza do amor.
Alguém que vive
Sem rumo nesta vida.
Sou o imperfeito
Em busca da perfeição,
Talvez eu seja contradição
Perdida no labirinto
Do porque da existência.
Sou uma pessoa apaixonada,
Que acredita na eternidade
Como construção de projeto
E que sonha o futuro.
Sou quem acredita em você
Neste mundo concebido,
Pelas mãos dos homens
Por fim,
Eu sou assim.
Alguém que se transforma
Por causa de um sorriso.
Enfim,
Sou como um rio,
Que corre em uma direção,
Que nunca é o mesmo
E sempre está em transformação.
Momento
Por você neste instante,
Momento sem tempo.
Sem capacidade para refletir
Entregue a tal sentimento,
Que confunde a razão
E desestabiliza o ser,
Entregue a paixão.
Dominados por você
Corpo e alma se rendem,
A um sentimento louco,
Que une a minha vida a sua.
domingo, 8 de novembro de 2009
Não se prive de amar.
Procura com afinco,
Mas está tão distante.
Pensa que lhe foi negado
Atribui algo de místico
Distanciando do humano.
Pensa não dominar,
Pois lhe é conveniente.
Assim a vida é fácil
E momentaneamente contente,
Mas talvez acabe lhe privando de ser feliz.
A vida é uma só
E o amor é eterno
Até chegar seu fim.
O vivencie loucamente
Se utilizando da razão,
Fazendo suas escolhas.
Diz que ele é o complicado
Mas você o complica
Sabe o que isto implica?
Reflita, olhe sua vida....
sábado, 7 de novembro de 2009
Minha Mulher Brasileira
O meu eu repousa em ti,
Procuro-me,
E não me encontro,
Penso em ti,
Mas que em mim mesmo.
Qual é o meu problema?
Será que é problema?
Só sei que meu espírito repousa em ti.
Tu me acalmas,
Fazendo meu espírito repousar,
Na mais densa e sublime felicidade,
Minha mulher brasileira, mulher brasileira minha!!!
Onde estou agora?
É claro que estou em ti.
Tu és o princípio de minha escrita
E a alma dos meus versos,
Se estou a escrever
É porque tu estás em mim.
Ou será que estou em ti?
“Que maravilha”
O tempo,
Simplesmente não existe
Para duas almas apaixonadas.
Será?
“Minha mulher brasileira!!!”
Será?
“Mulher brasileira minha!!!”
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Canção a musa minha
Caminho que leva a ti,
Claramente você demonstra,
Resistência fechando as portas,
Da trilha que eleva alma.
O que posso fazer?
Indago-me incansavelmente
O seu sorriso me fortifica,
Quando penso em desistir.
Seu olhar me anima,
Quando penso não ser mais possível.
Seu perfume me recorda,
Quando acho que lhe esqueci.
E ao fechar os olhos
Você esta ai,
Presente em minha mente,
Desesperadamente,
..................................agarro-me
Em tudo o que você representa,
Minha mulher brasileira!
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Mulher ou semi-Deusa?
Você é mais bela
Encanto seus olhos inspiram
Sonhos, pensamentos, flutuam;
Trazendo harmonia, paz e alegria,
Magia em sua face encanta.
Mistério que dá brilho vida
Olhar místico envolto de beleza
Fala e gestos únicos na natureza
Verdadeiramente real
Ou mera ilusão?
Palavras, frases e textos
Não descrevem tão rara jóia.
Voz que soa e emana
Como o belo canto dos pássaros.
Mulher!
..............Mulher!!,
----------------Mulher!!!
Ou semi-Deusa?
Uma dádiva concebida somente aqueles
Que puderam contemplá-la,
Ao menos uma vez.
Felicidade transborda-me por conhecê-la,
Perguntas e indagações
Rodeiam meus pensamentos,
Eles giram,
-----------Giram
E sempre lá,
Esta ela,
A dúvida!
Da mulher ou semi-Deusa?
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Cada umbigo com a sua barriga*
Apenas uma barriga é importante,
A do próprio umbigo.
Pois umbiguista que é umbiguista
Preza sempre pela sua barriga
Mesmo que a sua barriga
Não corresponda ao corpo.
Mas um umbigo de esquerda
Defende mesmo que cegamente
Barrigas de esquerda,
Entretanto umbigo de direita
Tão pouco é diferente
Barriga de direita,
Umbigo de direita.
Os umbigos de direita
Criticam surdamente
Os umbigos de esquerda,
Já os umbigos de esquerda,
Por serem diferentes
Dos umbigos de direita
Nem dão ouvidos
Aos umbigos de direita.
Onde esta o corpo
Na disputa de umbigos,
As barrigas estão belas e reluzentes
Pois barriga de direita
Tem umbigo de direita
E barriga de esquerda,
Tem vários umbigos de esquerda
E o corpo definha na disputa,
Da vaidade dos umbigos.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
AMOR
Molhados de suor,
Desejando-se mutuamente.
A razão da lugar ao desejo
De entrelaçar-se, formando
Um só corpo (celeste).
Abençoado pelo plano astral
E santificado pelo querer carnal,
A alma busca criar,
A mais perfeita engrenagem,
Que dois corpos podem construir,
Em busca de saciar a fome de prazer...
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
A arte das obviedades
Humilhante de pedir,
A quantia irrisória
Equivalente
Há um pastel e um caldo,
Repousa a indiferença.
O problema do outro
É meramente,
Um problema dele.
Cada individuo
Tem o seu,
Para se preocupar e resolver.
Mas isto é obvio!
Onde está a poesia?
Naquele menino
Descalço na calçada,
Revestido
De uma invisibilidade
Proposital, que muito irrita.
De qual buraco
Saíste?
Tais miseráveis
Com suas famílias inteiras
Nas pontes, passeios e praças,
Estrangulam o belo
E defecam no requintado nível estético,
Produzindo tais “poesias” chulas.
E agora José?
Não tem para onde correr
E agora?
O negro homem,
Com os calcanhares rachados
Secos pela vida
Molhados pela chuva.
Segue retirante,
Confiante desta existência.
Questionada?
Por uma fugitiva em prantos
Atrapalhando a via,
Dos pedestres apressados,
Ocupados, atarefados e cegos.
Doentes de insensibilidade,
Vazios de humanidade.
Conflitos do dia a dia
Mas isto é obvio!
Onde está a poesia?
Não tem para onde correr
E agora?
Sem poesia, persiste
Resiste de maneira dúbia
O que não deveria ser natural
Fatos!
Atos!
Existência!
O ser enquanto ser!
Emergindo do tosco
A arte de cunhar e
Perpetrar poesia.
domingo, 1 de novembro de 2009
curtas II
Neste dilema me encontro referente a você.
FORMOSA!
Simples assim...
sábado, 31 de outubro de 2009
Partilha
É a materialidade da vivência
Conjunta do dia a dia.
Nas pequenas coisas
Há partilha.
Como estava lindo o dia hoje!
Como foi seu dia?
Está precisando de afeto!
Partilhar é por vezes,
Abandonar o EU
Para garantir o nós.
Partilhar é ser estrela na noite escura
Iluminada pela lua.
Partilhar é acreditar no inacreditável
Para garantir a partilha de amanhã.
Partilhar é querer,
Sofrer,
Aprender,
Ajudar a crescer.
Partilhar é apostar no incerto,
Renegar o destino,
criar
E ter fé no divino.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Detalhes II
entorno de um único sentimento,
aprisionado no peito
gerando revoltas.
Tudo é eterno até o dia que acaba
chegando ao seu fim, infeliz ou feliz.
Veja a estrala sozinha no céu
não esta só, a noite é seu véu
e a faz companhia
levando à ela alegria
Detalhes
distante da imaginação,
perdida na fonte
de pensamentos e concepções
de que todo amor é eterno,
seja ele de verão ou inverno.
A paixão é passageira
de um trem desgovernado,
que uma hora é parado
passando uma rasteira
em que a viveu.
Olha como sofreu
o amigo namorado
ou namorado amigo
que diferença faz
é impossível voltar a traz.
Deixar para traz o passado
e viver o presente acordado
é o certo a fazer
a mim ponho a dizer.
Detalhadamente só os seus olhos
respondem para os meus olhos
a indagação
do meu coração.
Apalpadelas
Que me reprime
Que me castra
Que tira de mim
O contato com o outro,
Que cria barreiras,
Elas parecem instransponíveis.
Entre nádegas e mãos,
Valores,
Que me distanciam do outro
Tocá-lo?
Não posso!
É proibido;
É pecado!
Não!
É apenas massagem.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
A culpa
cometi um erro.
Canalha!!!
Aponta-me o superego.
Isto não se faz!
Acusa-me minha alma,
perturbada e quase confusa.
Sou o mais vil dos cafagestes,
Me resta apenas a dor
Quebrei valores...(e como dói)
Aparentemente entregue ao pranto
Emerge a contradição;
Como assim não posso errar?
Quem és tu para com seus valores me julgar?
Cafageste, canalha, pilantra...
Adjetivos,
Pequeno burguês,
Que velam as fraquezas do ser
E fazem a morte mirar.
O que farei com ela?
Sei de onde vem,
Conheço pai e mãe
E isto não à ameniza
Tão profunda dor.
Não por isso é menos burguesa
Minha culpa,
Sua culpa,
Enfim nossa culpa!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Fatos inglórios
Procura incansavelmente
respostas, nem sabe ao que,
mas não desiste
ao contrário,
sempre persistente,
na luta diária,
que a vida
impõe.
Não nasceste
coroad@ com talco e brilhantes,
que pena,
perdeu
não há mais chances,
poucas oportunidades,
lhe será oferecida,
muito provavelmente,
terás um teto salarial,
que alcançaras,
sem precisar pular.
E pode ser,
que lhe garanta,
o “equivalente geral”,
tão sonhado
que talvez lhe permita,
ter acesso a “ração básica”,
necessária,
para se manter em pé
e feliz pela vida
que tem.
Por isso vivi sorrindo,
mesmo sem saber,
mas sentindo
que a felicidade
é um momento de espasmo
fortuito e breve.
Sinal vermelho,
fim da linha
patife, acomodad@
quiçá
numa mão a foice
noutra o martelo
mas amanhã, pois
hoje tem o fim da novela,
depois é preciso pagar a fatura
em seguida
levar o filho ao pet shop
não esquecer do analista
pode ser então
depois da leitura da revista?
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Eu
EU não quero!
O EU está voltado para o EU.
EU estou frustrado!
EU vou pensar!
O EU não tem limites.
EU quero ir!
EU estou chateado!
O EU é autoritário.
EU gosto assim!
Em meios a tantos EUs,
Onde está o
Curtas
Amar... Vamos?
Vamos amar sem compromisso!
Vamos amar só por amar.
Fazer amor sem ter amor;
Amar sem ser amado.
Roubar um beijo apaixonado;
Escrever um livro de amor.
Fazer amor a luz da lua!
Vamos amar a vida,
Pois ela é curta!
Vamos lutar pelo amor!
Vamos buscar o grande amor da nossa vida!
Vamos ter paciência quando somos amados;
Vamos fazer loucuras de amor;
Vamos ser amantes;
Vamos ser amados;
Para não nos tornar-mos
Seres humanos frustrados!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Encontro fortuito
Rasgo o tempo
sobre trilhos
encurtando passos,
na confusa metrópole.
É verdade que
estudar me propus,
nos rangidos do trem,
mesmo sabendo
já não ser possível,
no primeiro olhar.
Um metrô,
no segundo,
perturbação completa,
no terceiro, entramos.
Fecha-se a porta, agora
Lado a lado
destino?
Não.
Probabilidade inglória...
Pois neste momento,
agitado meu espírito,
do objetivo distancia-se
(estudar)
Química presença
intranqüiliza o ser.
...tu Sheylla!
De neve corada
e olhar penetrante
é simplesmente,
marcante.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Causa e efeito.
Às vezes criamos o caos
Perdemos-nos na simplicidade
Complexa que é a vida
Criamos labirintos
Para nos confortarmos
E assim não tomarmos decisões
Mas a vida prossegue
E o seu labirinto
Não é mais só seu
Você o partilhou
Ao sair da toca
E agora o que ira fazer?
Somente você tem o poder
De ascender ou apagar
A chama da paixão
Posta na alma!
Apenas
Tem dias
Que tudo é estranho
Intenso e
Confuso
Eu me sinto
Ao despertar de manhã.
Mal levanto
E me percebo
Exageradamente desejante
Da essência fumegante
Do desejo
Sem rosto
Sem nome
Sem cheiro
Apenas
Desejo,
De saciar
Desejo.
Beleza Negra
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Suicídio
tesão
ou
paixão,
nasci!
Pequeno,
belo
e divino
eis a criança.
Fruto
da fruta
proibida
pingo
de esperança.
Deram graças
e louvaram,
assim manda
a tradição.
Assim...
chorei,
sorri
e cresci.
Na família
“o lindinho”,
comilão,
educado,
bom menino.
Na escola
franzino,
estudioso,
por vezes
bonachão.
Na rua
brincalhão,
esperto
e atrevido.
Assim...
chorei,
sorri
e cresci.
Cursos,
estudos,
bolsas,
destarte,
me formei.
Namorei,
fiquei,
forniquei,
prazeres
descobri.
“Bicos”,
estágios,
profissão
um emprego,
carreira!
Assim...
chorei,
sorri,
e cresci.
Primeiro
colegas,
depois
amigos,
agora
casados.
Quem casa,
quer casa.
Sufoco,
luta
e conquista.
Um filho
dois.
Felicidade,
tudo perfeito.
Assim...
chorei,
sorri,
e cresci.
Humilhado,
desesperado,
vitimado
ou culpado?
Na vendinha,
na padaria,
na farmácia,
só ouve
não!
Procura emprego
todo dia,
pra família
fracassado,
no espelho
é o que vê.
Desempregado,
sem família,
sem saída,
sem sentido.
Na estação,
olho os trilhos,
vejo o metro
avizinhar.
Assim...
chorei,
sorri,
cresci,
morri!
e daí?
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Biografia a Lua
Negro Jesus
Saber se é o bem ou mal que impera;
No coração dessa gente,
Pecadora, enganada e inocente;
Mas olha ai, se repetiu a história,
Veio como está gravado em nossa memória.
Um lugar onde tinha reis e rainha,.
Bestas, boas e más companhias.
Não escolheu o luxo, e nem se banhar em riquezas,
Nasceu em meio ai lixo e amargou a pobreza
Maria sua mãe coitada mulher
Pé inchado desempregado, esse era José.
Seu nascimento em meio aos bichos
Ratos e baratas por causa do lixo.
Nada de reis magos ao nascer
Era mais um negro pobre, no mundo a padecer.
Acredito que não é esta, a vida que pediu ao pai
Voltar atrás não, é tarde demais.
Maria nem José educaram o menino,
Negro, nariz escorrendo, descalço, no farol pedindo
José e Maria, Maria e José
Olharam o menino por causa da fé
Jesus, duramente na favela cresceu,
José, desfrutando o banquete da miséria
Não agüentou e morreu
Maria toda noite pedia ao pai,
Olhe os filhos, de todas as mães
Que como eu, olham por seus meninos
Negro Jesus não era fã de escola
Quando podia, matava aula e batia uma bola.
Com 16, parou de estudar,
Precisava de trabalho para não desandar
Era um jovem inteligente
Mas era negro e pobre não chega a ser gente,
Nesse mundo burguês e racista
Conseguiu emprego? Não, nem precisa de pista
Até os 23 por sua mãe, ser honesto tentou
O mundo tem muitas armadilhas,
O carro, a marca da roupa, a cor da pele
A luxuria e a TV, oferecendo tudo isso
Mas ai é pura ilusão
Negro Jesus, agora é ladrão
Adquiriu respeito!
É Jesus Cristo na favela
Agora é ele que manda e cuida dela
Tem seu carro, sua casa, respeito
Tem a luxuria que queria
Negro Jesus novo herói, pra periferia.
Roubava banco, traficava,
Tinha funcionário, mandava .
Nóia botava pra correr
Na fúria o destino era morrer.
Nasceu no mundo errado,
Pobre negro Jesus coitado.
Começou sua caminhada aos 23
Com a vida que levava não chegou a 33
26, foram 3 anos de glória,
Muito bandido em sua mira, ficou na memória.
Jesus um dia teve coração
Esse, se perdeu no mundão
Maria como nunca
Por seu filho rezava,
Com fé o terço orava.
Por outro lado Maria comia
Não era apenas Maria
E sim Dona Maria
Mãe, do respeitado e temido Negro Jesus
Mãe se Jesus perguntava:
Se ele ta errado?
Deveria ele viver na miséria desempregado?
A fé que tinha a levava a honestidade
Em discussões com Jesus dizia:
Meu filho isso não é felicidade!
Maria sabia que tudo um dia iria acabar
Ela poderia somente chorar.
O negro sabia que carregava uma pesada cruz
Que tinha muita gente querendo o lugar dele
Jesus, dormia com um olho aberto e o outro fechado
Sabia que iria cair, estava preparado
Com a arma engatilhada, pronto para enfrentar
Todos que a sua vida ousasse a ameaçar
Era madrugada, Maria rezava, Jesus distraído
Não é longa nem feliz a vida de bandido
Traído foi Negro Jesus, filho de Maria
Jesus Cristo da Silva!
É finado na periferia.
Maria chorando sabia,
que se oportunidades não fossem negadas,
O fim, talvez, não seria assim.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Insanidades Confusas
Profano!
Louco!
Depravado!
**
Muitos acusam o poeta,
pois versou o ato
naturalizando o fato
delicioso,
que a hipocrisia vela;
O verso desvela.
Mãos, corpos, beijos
caricia, suor e tesão!
O sexo é bom e gostoso
ou será que não?
***
Mas acusam o poeta,
o presenteiam com a censura,
gritam que falta ternura:
Na mão que empunha o pênis;
na língua que purifica a xana;
no grito que atravessa a porta;
no espelho que reflete os corpos;
no gozo que escorre as coxas.
****
Os versos ganham rótulos
Pornográficos!!!
Não permitidos para menores ,
como assim?
Bater uma siririca,
cair de boca,
cavalgar alucinadamente
ou gozar múltiplas vezes.
Pensar e desejar é permitido,
mas falar jamais!
*****
É um pecado mortal,
descrever a cena
do seu corpo nu,
planando na cama,
refletindo desejo,
no espelho do teto.
Naquele momento que os olhos
viram e se perdem ao longe,
os dedos dos pés se retorcem todos,
as unhas cravam
desesperadamente as costas
e do quarto ao lado se ouve:
******
- VAI!
- DELÍCIA!
- GOSTOSA!
- MAIS RÁPIDO!
- COMO TA DURA!
- PUTA!
- NÃO PARA!
- CARALHO!
- BUCETA!
- VOU GOZAR...
- TAMBÉM...
*******
Agora foi longe demais!
Indigna-se o leitor.
Espere um instante.
As coisas parecem confusas,
indaga-se o poeta.
Será EU insano?
E a duvida lhe consome,
não na mesma rapidez,
que a fome!
Que assola e castiga
crianças, mulheres e homens,
nos lares, ruas, esquinas e praças.
Mas você não percebe quando passas,
apressado com os seus afazeres,
que lhe torna distante
das agonias alheias.
********
Afinal são importantes
as suas prioridades,
não nego.
Nem ao menos renego,
a sua insatisfação,
plena,
com as estrofes anteriores,
que muitos julgam escandalosas.
*********
Estatísticas, números e dados,
noticiados todos os dias,
geram ponto no IBOPE
e muito lucro para a TV.
Violentas,
mortes e mais mortes,
mas só as transmitidas indignam você.
**********
Dois pesos e várias medidas,
o que é mais nocivo,
melhor dizendo produtivo,
a sua indiferença.
À AIDS que avassala a África
ou sua revolta
para com os versos
que julgas infame,
do confuso pateta,
que não compreende,
nem entende,
como achas natural
crianças gerando crianças
no embalo lucrativo
da exploração cultural do sexo.
***********
Melancia, morango ou filé,
só na tela,
daquele casebre distante
onde Judas,
já se encontrava nu,
com anemia, subnutrido e esquecido
até por ti.
Apesar dos pesares,
nada disso lhe causa revolta.
Estranha o poeta...
Tijolo, pedra, areia e cimento.
Um ano,
opa!
Foi num instante.
O passado,
já foi.
O presente,
ta indo.
O futuro,
chegando.
O que fizemos?
O que estamos fazendo?
O que iremos fazer?
Não sei!
Não sei!
Não sei!
Nada é igual,
tudo mudou.
A jornada não esperou
Está calmo ou ta morrendo?
Vejo reflito e não entendo.
Espere um minuto,
minuto perdido.
Triste rotina;
Infeliz rotina?
Pregados na cruz?
Ou vivendo o calvário?
Cimento, areia, pedra e tijolo
não é este o sentido da vida
tolos...
Tenho pressupostos, sobrepostos
Ou o mundo e eu?
Não... Apenas eu no mundo.
Pronto!
Interiorizada à práxis
de antemão exteriorizada,
mas não por menos
alienada, distanciada e estranhada.
Ultra-generalizo aquilo que vivo,
naturalizo as relações, pois
sempre foi, sempre será...
Ofereço meu desejo ao outro
que define se posso: como e quando.
Meus valores!
que já existiam antes de mim, externos
Me dizem:
REPRIMA!
DESLOQUE!
E assim sigo fruto da síntese
do produto humano...
Achando que sou único
gabando-me da minha existência,
horas-bola:
Apenas meus
pressupostos,
sobrepostos ...
Simples Assim
que com o ato-fato, que profanou os altares
onde repousa a descarada máscara da hipocrisia
não consegue estabelecer a calma e (apenas) desfrutar
degustando cada parte e saboreando o momento
do ato-fato!
Sim... causa-te saudade na carne e no espírito.
Ela vai ao céu, purificada no calor que emana dos amantes,
já ele encontra-se no inferno entregue
totalmente como oferenda aos prazeres
dos corpos não imaculados.
De onde vens? Pergunta o poeta
- Do ato-fato de um beijo.
Sapo
O velho girino ainda é girino,
entretanto já tem os pés
que sustentarão o novo sapo.
II
Sem suprimir a contradição
a negação da sociabilidade,
“só um pouquinho burguesa”
leva a minha negação
não superada,
apontando e trazendo elementos
do que pode ser o novo.
III
A ainda não é B
não da para qualificar.
É o A contido em B
ou B contido em A?
IV
O velho girino ainda é girino,
entretanto já tem os pés
que sustentarão o novo sapo.
Indagações profundas!
Não! não adianta
Eu não as tenho.
Já repeti para você
Mais de cem vezes
Que não tenho!
Por favor não insista,
Não há resposta.
As estas sim, são muitas.
Não param de chegar
A cada uma que chega
Cria-se mais dez
Não insista
Não tenho respostas
Borbulham indagações;
Mas e o fazer, como fica?
Lembra da ultima reunião?
A de avaliação?
Esta mesma.
Não foi possível avaliar nada
Tínhamos tarefa para cumprir
Mas alcançamos os propósitos?
Isto merece resposta?
Só tenho perguntas
Indagações, pirocações
Me rodeiam, me norteiam
Me confundem, iludem.
Perguntas e mais perguntas,
Me de uma resposta se quer
Por favor não insista.
Já falei só tenho perguntas.
Mas será que tantas perguntas
Podem levar há respostas?
Será?
Ruptura
Se expressa o ato burro;
Que no afobamento
Comete erros sem pensar.
Mas será que é possível (errar)
Errar um erro inocente?
Sem ter passado pela mente
Não captando o que está presente!
Cometendo velhos erros,
Acreditando na ilusão
De que a antiga forma melhorada
Será a nossa solução.
Na punhetagem ideológica;
Masturbando o ideal;
Nesta trilha não me encaixo
Não me prenderei ao morto
Para não carregar caixão...
No simplório ato do achar
Ocorre o afastamento da negação
Camuflando da visão
Aquilo que se propõe a negar,
O que já negou.
Perdeu-se na abstração
Provavelmente levou falta na discussão,
Pois do debate debatido
Deve não ter participado.
Ao não ranger o que se pensa
O que se pensa não se expressa,
Ficando no oculto, na não existência.
Assumindo a posição
De esbravejar sem direção.
(Está reflexão pode parecer cósmica, mas de cósmica de nada tem, Por isso é preciso não deixar de lado a concretude da materialidade dos fatos.)
Rascunho dialético
(Inspirado no aulas de vôo de Mauro Iasi)
Bela é a lagarta
Rastejando rumo, ao desconhecido;
Deixando seu rastro, belo
O mais belo dos vôos.
Contido no mais simples rastejar,
Rastejando sem destino,
Depara-se totalmente imóvel.
O casulo é belo!
Freado o movimento,
Foca-se na particularidade
Do imóvel rastejado;
Da imobilidade ex-rastejante,
Ganha os céus a borboleta.
Merece?
essa vida que você leva,
emprego, para que emprego?
Desocupado!
Educação para que?
Você é marginal mesmo!
Futebol isso sim você merece,
o jogador tem carro, ouro, dinheiro, luxo e fama
o torcedor hum...
estádio, briga, porrada da policia e ingresso.
Mundo globalizado trabalhador está ferrado.
Concordo!
Você pobre serve pra que?
Dar lucro para a burguesia.
Periferia é só alegria, então sorria!
da miséria, da fome, dos descasos e das injustiças
Tiraram memória, vitória, cultura e perspectivas.
Viver acomodado é mais fácil
ta ruim... É... mas ta bom...
melhor que nada.
R$350,00 vivem muitas famílias
com dignidade? Será? pense!
Festa pra cachorro, quem quer dinheiro?
Contraste? Sim! Dilema brasileiro.
Dia após dia, sol a sol não se iluda
não muda só piora,
entra ano sai ano
ta melhorando,
a burguesia acredita que sim.
Colégio particular, academia, você recusaria?
Acho que não...
Pobreza é epidemia.
Sua vida infelizmente é TV!
Uma mina de armadilha
Que pega e engana você.
Domingão: gugu, faustão e você!
Segunda: tela quente, Hebe e você!
Terça: casseta e planeta, cine espetacular e você!
Quarta: novelas, futebol e você!
Quinta: linha direta, jornal tudo a ver e você!
Sexta: globo repórter, tele de sucessos e você!
Sábado: zorra total, show do tom e você!
Na semana, Globo, SBT, Record e você;
Seguindo conforme rege o maestro.
A nação ta alegre e perfeita,
vida do pobre ou do rico, me diga?
Tua vida ta melhor que a minha?
Você ta alegre contente e sorridente;
Rindo da violência e desemprego do sudeste;
Rindo da fome e da seca do nordeste;
Dando gargalhada da miséria que a maioria vive!
Curtindo: xibom, tapinha, baba-baby e tudo mais,
Que esta em volta,
é confuso...
Na direita e na esquerda faltam parafusos
Políticos e partidos elitizados;
Povo enganado
Batizado, fé religião predomina a descrença
Licença posso expressar e dizer meu parecer
Nada de foice e martelo?
Criança na rua alicerce deste castelo
Amarelo de areia,
Ilusão da sereia...
Bela e bonita, porém ferida ou saída
É...
um sub-ser merece está vida?
Jura à AMADA
Estes versos são para ti.
Você sabe o quanto a amo
Que não posso viver sem ti.
O barro de sua face
Perpetua-se num descaso,
Vergonhoso de gerações em gerações.
Você tem um jeito de educar,
Que faz um pobre amar o outro
E ao mesmo tempo se matar.
Sem você as coisas param,
Pois tu, tem a matéria prima
Força de Trabalho em abundancia
Para movimentara a engrenagem...
Quem fará e servirá o almoço?
Quem construirá e pilotará o avião?
Quem erguerá e cuidará da mansão?
Se não forem seus filhos, ó minha amada.
A deixo nesta manhã de sexta-feira santa
Mas não se preocupe,
Apenas meu corpo ficará distante,
A minha alma continuará em ti.
Muitos, de você tem vergonha ou medo,
Por você sinto revolta!
Fique sabendo que tu és o motivo
De minha rima, poesia e literatura.
És o maior motivo de minha existência,
Sofro com sua agonia!
Vejo as portas fecharem
Mas tenho esperança
De que um dia. Há...! Um dia.
Seus filhos se levantarão!
Ao seu favor!
E por ti lutarão até a vitória!!!
Porém enquanto o dia não chega,
Cultivo a esperança,
De que na sexta e no sábado santo
Numa sala, confinado,
Aprendendo a ter perguntas
De como funciona a sociedade,
Não estarei sozinho,
De agora em diante
Quando entoar aos quatro cantos:
“Eu sou favela maluco,
Eu sou favela
Me ignore me critique
Eu faço parte dela...
Eu sou favela maluco
Eu sou favela
Ignorando ou criticando
Eu faço parte dela...”
Inspiração
sim estava,
quase perfeita.
Naquela manhã fria
de sexta cinza,
com as pernas cruzadas
e olhar pensativo.
Discreta e serena,
sem perceber,
se encontrava
à encantar
passageiros
e a inspirar
poesia.
Dedicado á ...
Lá está você presente
Juntos as estrelas
Do meu pensamento,
Elevando meu ser
A mais sublime questão
Entre a razão e o sentimento.
Ouve uma metamorfose
Tudo mudou de ângulo
As perspectivas mudaram
Mas o ser humano
Continua o mesmo
Ou será que mudou?
Brinde
Ou melhor, vários brindes!
Um brinde a todos que
Ajudaram na gestação,
Um brinde a todos que
Trataram na fase de criança
Um brinde a todos que
Na adolescência ajudaram
A acalmar a rebeldia.
Um brinde a todos que
Não o renegam
Um brinde a todos nós
Que em algum momento
Estivemos presente em sua formação
Mesmo que hoje o negamos.
Um brinde a todos que
Lutam pela igualdade, liberdade e fraternidade,
fazendo reviver o sonho (concretizado) de Danton
Um brinde a todos que
Seguem a criatura, que fazem parte,
De uma esquerda liberal,
Que das cinzas fazem renascer
“O grande inquisidor”,
Que ao pressentir;
Que a “revolta proletária” está próxima.
Se posta contra ela ferozmente
Com suas artimanhas, seduções e crueldade,
Matando-a pela raiz
SAÚDE!
Aos da cultura.
de azul, verde e roxo
ou sei lá, pode ser qualquer cor
o importante é limpar
a visão monocromática
dos tijolinhos baianos, a vista
para quem sabe assim
fazer nascer nos favelados, vida!
falta cor na favela
além das cores mais conhecidas
aquelas do dia-dia sofrido
Vamos, vamos levar o povo
ao teatro, porque não levarmos
o teatro ao povo?
Levar peças clássicas, o contemporâneas
e porque não peças pornôs
Afinal cultura nunca é demais
Não esqueçamos da musica
Sem Fank! sem pagode!
Sem rala coxa! sertanejo romântico!
O povo precisa ouvir Bethoven
Tom Jobim, Ravel, maracatu, Chico
viva os clássicos e o “verdadeiro popular”
Mas após terem estuprado
Com aquilo que julgam ser
Cultura de boa qualidade
O povo que julgam não ter vontade
Como irão fazer que o “povo”
Não seja mais povo
Que a sua realidade mude?
Pois no dia seguinte
Cada dito-cujo deste povo
Precisará pegar sua “maumita”
E continuará para outro a trabalhar
e nem tempo para se tornar culto
o povo terá?
Vazio
Sinto falta de algo
Algo que não sei o que é
Fico me perguntando
Pego - me muitas vezes pensando.
Pensamentos que me confundem,
Sonhos muitas vezes iludem.
A vida é complicada,
Desconfiadas são as pessoas
Pegadas ficam molhadas.
Não podemos parar,
Paro pra me perguntar?
Olhar através do horizonte
É bom e faz refletir.
Reflexão está minha,
Porque estás a existir?
No mundo marca presença,
Vive sem ter licença,
No peito deixa a vontade
De ao seu lado matar a saudade.
Dialética da flor
com sabor de despedida
que fere com espinho
causando a tristeza
que massacra a felicidade.
Dou-lhe a mesma flor
com sabor de construção
que indica paixão
brotando felicidade
e massacrando a tristeza.
Dou-lhe a mesma flor
que a você reflete em dor
afrontando sua essência
dando inicio a decadência
da relação mal começada.
Dou-lhe a mesma flor
que a você representa vida
construindo a alegria
afastando a decadência
da relação mal começada.
Engrenagem parte 1
Boca está que se fincou em seu pescoço;
Pescoço este, que sentiu sua língua;
Língua está que deslizou em minha perna;
Perna está que foi massageada pelos seus pés;
Pés estes, que segurei em minha mão;
Mão está em que repousou seus seios;
Seios estes, que aconchegaram-se em minha boca;
Boca está, que deliciou-se com seus dedos;
Dedos estes que envolveram meu pênis;
Pênis este que santificou-se em sua vagina!
Grilhões da Prática.
A meteria é superficial
Não ocorre o salto
Qualitativo na visão
De quem olha para o fato
Sem chegar ao ponto crucial
Mas olhemos mais de perto
A menor de todas as partes
do todo para a parte
ou da parte para o todo?
Recompondo artisticamente
Varias partes em um todo, reluzente.
No caminho pragmático
Cheio das contradições
Se perdendo no fazer
Abominando o analisar
Vivendo um dia após o outro
Não há superação
domingo, 25 de janeiro de 2009
Homenagem aos aniversários de São Paulo
São Paulo quer teto!
São Paulo quer vida!
São Paulo quer luta!
São Paulo quer educação!
São Paulo quer saúde!
São Paulo quer alimentação!
São Paulo não muda!
São Paulo amargura!
São Paulo Tristeza!
São Paulo é beleza!
E também muita pobreza!!!