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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Causa e efeito.

Às vezes criamos o caos

Perdemos-nos na simplicidade

Complexa que é a vida

Criamos labirintos

Para nos confortarmos

E assim não tomarmos decisões

Mas a vida prossegue

E o seu labirinto

Não é mais só seu

Você o partilhou

Ao sair da toca

E agora o que ira fazer?

Somente você tem o poder

De ascender ou apagar

A chama da paixão

Posta na alma!

Apenas

Tem dias

Que tudo é estranho

Intenso e

Confuso

Eu me sinto

Ao despertar de manhã.

Mal levanto

E me percebo

Exageradamente desejante

Da essência fumegante

Do desejo

Sem rosto

Sem nome

Sem cheiro

Apenas

Desejo,

De saciar

Desejo.

Beleza Negra

Em tua face negra
resplandece a beleza
história de um povo
que tem a trajetória triste
e sofrida ao longo dos anos,
porém que não esqueceu
a grandeza de um simples sorriso
que sem saber,
você traz consigo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Suicídio

Por amor,
tesão
ou
paixão,
nasci!

Pequeno,
belo
e divino
eis a criança.

Fruto
da fruta
proibida
pingo
de esperança.

Deram graças
e louvaram,
assim manda
a tradição.

Assim...
chorei,
sorri
e cresci.

Na família
“o lindinho”,
comilão,
educado,
bom menino.

Na escola
franzino,
estudioso,
por vezes
bonachão.

Na rua
brincalhão,
esperto
e atrevido.

Assim...
chorei,
sorri
e cresci.


Cursos,
estudos,
bolsas,
destarte,
me formei.

Namorei,
fiquei,
forniquei,
prazeres
descobri.

“Bicos”,
estágios,
profissão
um emprego,
carreira!

Assim...
chorei,
sorri,
e cresci.

Primeiro
colegas,
depois
amigos,
agora
casados.

Quem casa,
quer casa.
Sufoco,
luta
e conquista.

Um filho
dois.
Felicidade,
tudo perfeito.

Assim...
chorei,
sorri,
e cresci.

Humilhado,
desesperado,
vitimado
ou culpado?


Na vendinha,
na padaria,
na farmácia,
só ouve
não!

Procura emprego
todo dia,
pra família
fracassado,
no espelho
é o que vê.

Desempregado,
sem família,
sem saída,
sem sentido.

Na estação,
olho os trilhos,
vejo o metro
avizinhar.

Assim...
chorei,
sorri,
cresci,
morri!


e daí?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Biografia a Lua

I

Lua! Tenho algo a lhe dizer
Preciso deserte quem sou
Sei que sou alguém que lhe ama
Mas não em todos os momentos,
Só quando estas cheia
Nas outras fases
Acho apenas linda.
Creio que isto, você já saiba.
Então prossigo a admirá-la
Como não pode retrucar – me
Lhe direi até cansar

II

Sou eterno descontente
Pouca coisa eu aceito
Porém sou muito sorridente
Lua! Me escute não vá
To apenas no começo
Penso em muitas coisas
Sempre penso até de mais
Saiba, eu quero tanto
Que você me compreenda
E daí de cima, entenda
Que sou Ser humano,
No mais rico sentido
Que se possa ser, HUMANO

III

Lua poço parecer confuso
Hoje acredito que não sou
Vejo a vida como um rio
Que vai sempre adiante
Mas não tenho a clareza
Necessária para explicar
Por isso é que pergunto
Tudo o quanto se possa perguntar
Ó amada lua
Tenho tanto a lhe dizer

IV

Tem horas que sou mesquinho,
Que eu mesmo me desprezo
Eu lhe digo que não presto
Odeio ser contrariado
Tenho o ÉGO aflorado
Sei que sou racista
Talvez poeta não artista
Sou um pouco autoritário
Não meço a franqueza
Divirto-me com a mentira
Lua!!! Peço que não me despreze.
Mesmo eu não prestando
Pois o seu desprezo
Não irá me ajudar.
Tenho vontade de crescer
Por isso preciso de você
Alguém que me escute
E não diga nada
Há...Sou muito falante
Não percebo a hora de calar
Lua por mais que eu lhe fale
Tenho mais a lhe dizer.

V

Sou um amante do Rap
Um poeta rimador
OU
Um rimador poeta
Não sei. Tanto faz!
Expresso o que sinto,
De diversas formas.
No olhar, na fala, na escrita.
Lua sei que sou curioso
E isto me excita,
Lua sou muito paciente,
Porem às vezes eu me irrito.
Lua quanto mais eu estudo, percebo
Que se têm mais a aprender
Um dia achei que sabia um pouco
Num instante descobri, que nada sabia

VI

Lua talvez eu seja prepotente
Ou meramente verdadeiro
Não me importo com dinheiro
Mas ele se fez necessário
Preciso ser explorado
Para garantir meu salário
Lua pode parecer que eu seja insano
Por ter escolhido filosofia
Alguns dizem que sou louco
E isto eu já reconhecia
Lua preste atenção!!!
Eu fiz uma escolha
Arco com as conseqüências
Sou visto como um mano da periferia
Favela100%
Visto a camisa e assumo
O meu lado da guerra
Lua, ó Lua! Não me deixe não vá,
Estou a enlouquecer, com tanta coisa
Que ainda resta a lhe dizer

VII

Lua como é grande minha angustia
Vejo o que poucos vêem
Padeço por saber
Que tem muito mais a se ver
Lua nesta noite não há resposta
Só a duvida!!!
Que causa a crise.
Militante, militonto, grande social democrata
Revolucionário, esquerdista que nada
Tem um carguinho na parada?
De um lado as verdades
De outro as angustias
Lua tenho perguntas
Lua! Cadê as respostas?

VIII

Sei que sou complicado
Porém é duro ser amado
Primeiro vem à posse
Seguida do ciúme
E não sinto nada
A não ser um grande apego
Lua! Não procuro uma esposa,
Apenas uma companhia
Que partilhe das mesmas angustias
Para que possamos conversar
Discutir, debater. E se amar
Da maneira mais gostosa
Que duas pessoas possam compartilhar

IX

Lua! Não quero ser,
Não quero ser igual
Luto contra as minhas vontades
Adquiridas ao longo da caminhada
Minha alma está angustiada
Ao se deparar com o machismo
Incrustado em sua essência
Lua entre a vontade e a razão
Existe uma lacuna
Que necessita acabar
Lua! Por estar confuso estou longe de finalizar

Negro Jesus

Jesus novamente veio a Terra,
Saber se é o bem ou mal que impera;
No coração dessa gente,
Pecadora, enganada e inocente;
Mas olha ai, se repetiu a história,
Veio como está gravado em nossa memória.
Um lugar onde tinha reis e rainha,.
Bestas, boas e más companhias.
Não escolheu o luxo, e nem se banhar em riquezas,
Nasceu em meio ai lixo e amargou a pobreza
Maria sua mãe coitada mulher
Pé inchado desempregado, esse era José.
Seu nascimento em meio aos bichos
Ratos e baratas por causa do lixo.
Nada de reis magos ao nascer
Era mais um negro pobre, no mundo a padecer.
Acredito que não é esta, a vida que pediu ao pai
Voltar atrás não, é tarde demais.
Maria nem José educaram o menino,
Negro, nariz escorrendo, descalço, no farol pedindo
José e Maria, Maria e José
Olharam o menino por causa da fé
Jesus, duramente na favela cresceu,
José, desfrutando o banquete da miséria
Não agüentou e morreu
Maria toda noite pedia ao pai,
Olhe os filhos, de todas as mães
Que como eu, olham por seus meninos
Negro Jesus não era fã de escola
Quando podia, matava aula e batia uma bola.
Com 16, parou de estudar,
Precisava de trabalho para não desandar
Era um jovem inteligente
Mas era negro e pobre não chega a ser gente,
Nesse mundo burguês e racista
Conseguiu emprego? Não, nem precisa de pista
Até os 23 por sua mãe, ser honesto tentou
O mundo tem muitas armadilhas,
O carro, a marca da roupa, a cor da pele
A luxuria e a TV, oferecendo tudo isso
Mas ai é pura ilusão
Negro Jesus, agora é ladrão
Adquiriu respeito!
É Jesus Cristo na favela
Agora é ele que manda e cuida dela
Tem seu carro, sua casa, respeito
Tem a luxuria que queria
Negro Jesus novo herói, pra periferia.
Roubava banco, traficava,
Tinha funcionário, mandava .
Nóia botava pra correr
Na fúria o destino era morrer.
Nasceu no mundo errado,
Pobre negro Jesus coitado.
Começou sua caminhada aos 23
Com a vida que levava não chegou a 33
26, foram 3 anos de glória,
Muito bandido em sua mira, ficou na memória.
Jesus um dia teve coração
Esse, se perdeu no mundão
Maria como nunca
Por seu filho rezava,
Com fé o terço orava.
Por outro lado Maria comia
Não era apenas Maria
E sim Dona Maria
Mãe, do respeitado e temido Negro Jesus
Mãe se Jesus perguntava:
Se ele ta errado?
Deveria ele viver na miséria desempregado?
A fé que tinha a levava a honestidade
Em discussões com Jesus dizia:
Meu filho isso não é felicidade!
Maria sabia que tudo um dia iria acabar
Ela poderia somente chorar.
O negro sabia que carregava uma pesada cruz
Que tinha muita gente querendo o lugar dele
Jesus, dormia com um olho aberto e o outro fechado
Sabia que iria cair, estava preparado
Com a arma engatilhada, pronto para enfrentar
Todos que a sua vida ousasse a ameaçar
Era madrugada, Maria rezava, Jesus distraído
Não é longa nem feliz a vida de bandido
Traído foi Negro Jesus, filho de Maria
Jesus Cristo da Silva!
É finado na periferia.
Maria chorando sabia,
que se oportunidades não fossem negadas,
O fim, talvez, não seria assim.