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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Jura à AMADA

Ó querida amada
Estes versos são para ti.
Você sabe o quanto a amo
Que não posso viver sem ti.
O barro de sua face
Perpetua-se num descaso,
Vergonhoso de gerações em gerações.
Você tem um jeito de educar,
Que faz um pobre amar o outro
E ao mesmo tempo se matar.
Sem você as coisas param,
Pois tu, tem a matéria prima
Força de Trabalho em abundancia
Para movimentara a engrenagem...
Quem fará e servirá o almoço?
Quem construirá e pilotará o avião?
Quem erguerá e cuidará da mansão?
Se não forem seus filhos, ó minha amada.
A deixo nesta manhã de sexta-feira santa
Mas não se preocupe,
Apenas meu corpo ficará distante,
A minha alma continuará em ti.
Muitos, de você tem vergonha ou medo,
Por você sinto revolta!
Fique sabendo que tu és o motivo
De minha rima, poesia e literatura.
És o maior motivo de minha existência,
Sofro com sua agonia!
Vejo as portas fecharem
Mas tenho esperança
De que um dia. Há...! Um dia.
Seus filhos se levantarão!
Ao seu favor!
E por ti lutarão até a vitória!!!
Porém enquanto o dia não chega,
Cultivo a esperança,
De que na sexta e no sábado santo
Numa sala, confinado,
Aprendendo a ter perguntas
De como funciona a sociedade,
Não estarei sozinho,
De agora em diante
Quando entoar aos quatro cantos:
“Eu sou favela maluco,
Eu sou favela
Me ignore me critique
Eu faço parte dela...
Eu sou favela maluco
Eu sou favela
Ignorando ou criticando
Eu faço parte dela...”

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