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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Suicídio

Por amor,
tesão
ou
paixão,
nasci!

Pequeno,
belo
e divino
eis a criança.

Fruto
da fruta
proibida
pingo
de esperança.

Deram graças
e louvaram,
assim manda
a tradição.

Assim...
chorei,
sorri
e cresci.

Na família
“o lindinho”,
comilão,
educado,
bom menino.

Na escola
franzino,
estudioso,
por vezes
bonachão.

Na rua
brincalhão,
esperto
e atrevido.

Assim...
chorei,
sorri
e cresci.


Cursos,
estudos,
bolsas,
destarte,
me formei.

Namorei,
fiquei,
forniquei,
prazeres
descobri.

“Bicos”,
estágios,
profissão
um emprego,
carreira!

Assim...
chorei,
sorri,
e cresci.

Primeiro
colegas,
depois
amigos,
agora
casados.

Quem casa,
quer casa.
Sufoco,
luta
e conquista.

Um filho
dois.
Felicidade,
tudo perfeito.

Assim...
chorei,
sorri,
e cresci.

Humilhado,
desesperado,
vitimado
ou culpado?


Na vendinha,
na padaria,
na farmácia,
só ouve
não!

Procura emprego
todo dia,
pra família
fracassado,
no espelho
é o que vê.

Desempregado,
sem família,
sem saída,
sem sentido.

Na estação,
olho os trilhos,
vejo o metro
avizinhar.

Assim...
chorei,
sorri,
cresci,
morri!


e daí?

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