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domingo, 28 de março de 2010

Oferenda ao burguês

O majestoso indubitável burguês,
reconheço suas glórias.
Não vou assumir uma postura recalcada
com o intuito de profanar sua grandeza.

Olho ao meu redor e fico aparvalhado
com todos os seus feitos,
emociono-me!
Com ronco suave, forte e agressivo de seus motores,
tornou-nos, o mais veloz dentre os animais.

Não há como negar o evidente
em poucos séculos conduzira a humanidade
à avanços como nunca. Incomparáveis!
Sem medo desafiou os pássaros
com a pujança de suas turbinas.

O que são as pirâmides comparadas
aos seus arranha céus,
suas pontes quilométricas,
seus túneis quase intermináveis
e seus trens que se confundem com balas.

Não sou tolo!
não posso ir contra os fatos,
tu conseguiste dar claridade a noite
tornando a lua um mero detalhe aos amantes,
sem esquecer que até os mais velhos destes
ungiste com seu poder de criação,
apenas um comprimido e a noite está salva.

Não há como não ceder aos seus encantos,
produzes alimentos como nunca,
tivemos o prazer de conhecer a existência da abundancia
até uva tu fez brotar no sertão.

Ao associar tecnologia
aos conhecimentos milenares da medicina
está perto de ressuscitar os mortos
ou porque não, garantir a vida eterna.
Infindáveis são suas construções e conquistas


Lua? Não! rumo a marte...
Ó meu caro burguês
Olho para tudo o que realizaste
e reconheço teu esplendor.

Ofertaria-me para o sacrifício
se tu não tivesse esquecido de um único detalhe,
que só ocorreu por um mero descuido,
que uma parte considerável da humanidade
a mesma que tornaste seus sonhos em realidade

não tem o direito,
não lhe é permitido,
não foi convidada,
a sentar a sua mesa
e partilhar da fartura de seu banquete...

Ó majestoso indubitável burguês!

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