Falo não Falas[1]
Preto só carne e falo
Falo agora apenas como falo
Um superpreto,
Um supermásculo,
Falo bem dotado
De invisibilidade
Um punhado de carne
De inferioridade intelectual
Puro animal
Castrado em gostos e gozos
Com a espada em riste
Nunca podendo falhar
Pode-se tudo no ato, menos parar
Os músculos pujantes
Saltam a pele negra
A massa corpórea
Alimenta a fantasia e o mito
Preto robusto, forte e viril
Criado Supermasculino
O lugar comum, dos corpos pretos
Na firma, no drible, na rima
Falo com ginga,
No samba, no reggae, no funk ou no rap
Pense preto do falo
Ou melhor, não pense, faça
Desfrute de sua gaiola dourada
“Admiramos” seu falo
Não o que falas.
[1]
A masculinidade negra representa uma ameaça ao
homem branco, ela é o profundo medo cultural do negro figurado no temor
psíquico da sexualidade ocidental (Bhabha, 2003:71). Além de ter seu pênis
racializado, a inteligência dos homens negros foi avaliada pelos europeus na
proporção inversa do tamanho de seu pênis. AS REPRESENTAÇÕES DO HOMEM NEGRO E
SUAS CONSEQUÊNCIAS - Rolf Ribeiro de Souza
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