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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Apesar de tudo, descobriram que era humano.

Brown na Globo e pela Nike.

Acho que é essa é uma polêmica, que serve para ampliarmos os horizontes. Muito se fala se os caras mudaram ou não. Todos mudamos eu não sou mais “aquele moleque que sobrevive como manda o dia dia e que ta na correria”, e que foi no final da década de noventa para o movimento social, esperando encontrar os caras que ouvia no radio de pilha. Racionais, Thaide, GOG, Visão de Rua, Cambio Negro, Faces da Morte, enfim uma legião de manos e minas que não eram apenas cronistas de uma realidade esquecida.

Quando milhares de jovens inspirados por estes e outros “militantes” do movimento hip-hop, montaram suas posses, tanto os ilustres porta vozes do gueto, quanto os desconhecidos guerreiros, buscavam sim uma melhora no contexto social.

Ninguém escutava “preste atenção” do Thaide e DJ Hum, da mesma forma que escutava os hits do mercado no momento, “Homem na estrada” não virou um hino nas quebradas, por que era gostosa de ouvir.

Todos os manos que foram marginalizados por assumirem que faziam parte de um movimento e por isso seu estilo era diferenciado, a calça larga e a camiseta ecoavam, para o sistema como forma de protesto da mesma maneira que a sua dança, sua musica e seus desenhos.

Enfim, o mesmo sistema que outrora era criticado, hoje é aceito por muitos que um dia se postaram contra ele ferozmente, mesmo que de forma inocente. O mercado hoje não é menos cruel do que em 90, ainda nas quebradas a vida não mudou, apesar do bolsa família.

Podemos dar as mais variadas desculpas, mas o pé do nosso ídolo é de barro, gostemos ou não o Brown é um grande artista, apenas um grande artista. E como muitos outros artistas sucumbiu aos prazeres do mercado.

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